sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Dia 1

Roncesvalles, 28 de Julho de MMXI
Primeiro dia do caminho: fresco e húmido. A etapa é dura, muita mais do que pensava. Se as subidas parecem árduas, muito piores são as descidas!
Os Pirinéus revelam paisagens estonteantes quando a bruma se dissipa. Águias, poltros selvagens, ovelhas, carneiros e vacas povoaram o meu dia. Vales, montes, pedras, lama, muito verde e, claro, as setas amarelas que, acredito, me vão acompanhar durante muito tempo.

Aparentemente ainda não tenho bolhas nos pés. Mas já me doem as costas, os músculos das pernas, os pés e os joelhos. De cada vez que parava, a mochila parecia mais pesada ao voltar a pô-la às costas. Não tive fome: fruta, frutos secos e pão foram mais do que suficientes, além de um ovo cozido que comprei a um vendedos ambulante mesmo antes de atravessar a fronteira. Como sempre, não é grande a vontade de beber água, mas forcei-me a isso.

Fiquei preocupado com o Abel e a Michela, que começaram comigo a jornada mas ficaram para trás logo na primeira subida... Depois de algumas horas da minha chegada, lá chegaram eles.
Fiz três amigos novos: a Judith (da Alemanha), o Lali (da parte húngara da Eslováquia) e a Emma (da Irlanda). Boa gente esta que me acompanhou na primeira jornada. E amanhã seguirei com eles. Demo-nos bem e o nosso ritmo é semelhante.

Roncesvalles é muito bonito, uma espécie de aparição depois de um caminho tortuoso pelo meio da floresta.

a travessia dos Pirinéus
Judith e Lali na primeira pausa para a sopa da manhã
aquilo é um poltro selvagem
duas águias no céu
a descida para Roncesvalles

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